O que ando a ler #3

Já faz algum tempo que não falo aqui das minhas leituras, mas não pensem que parei de ler – apenas diminuí um pouco a velocidade a que despacho livros. Já não os devoro, vou lendo. Não sei se é o frio ou os dias mais curtos, mas parece que agora o sono chega ao fim de menos páginas.
Relembremos, assim, o que andei a ler este Verão depois do #1 e do #2.

  1. Fechada para o Inverno, de Jørn Lier Horst
    Ainda não tinha lido um policial norueguês (Jo Nesbo, com os seus thrillers à americana, não conta), por isso não hesitei quando vi este livro em destaque numa feira do livro de Verão. Sendo um ex-detective da Polícia norueguesa, pode dizer-se que Horst sabe o que escreve e neste policial aborda ainda questões sociais preocupantes da realidade norueguesa, como a imigração e a vaga de roubos cometida por imigrantes ilegais dos países vizinhos de Leste. Ainda assim, faltou qualquer coisa a este romance. Talvez um pouco de emoção, ou de sentimento, não sei explicar. Foi bom conhecer, mas sem grande vontade de aprofundar.

    fechada-para-inverno

  2. A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joël Dicker
    Confesso: não me puxou logo de início e temi pelas 600 páginas que tinha à frente. No entanto, a grande estima que tenho pela pessoa que me recomendou este livro fez com que insistisse e foi o melhor que fiz, porque adorei! É um livro genial, com uma escrita límpida e uma história tão bem entrelaçada que nos prende até à última página. Mesmo com as constantes analepses e prolepses e o número aparentemente infindável de personagens nunca me senti perdida. Mais ou menos a meio do livro, perguntaram-me se não era um livro chato. Talvez seja o que se pense automaticamente de um livro com 600 páginas. Mas, garanto-vos, não é. E fiquei com muita vontade de ler mais obras deste escritor suíço.
    Para aguçarem o apetite, podem ler esta entrevista ao escritor.

    harry-quebert

  3. Sangue Vermelho em Campo de Neve (Inverno), de Mons Kallentoft
    Policial escandinavo sim, policial escandinavo não – foi mais ou menos assim este Verão. Era chegada, então, a vez da série sueca composta por cinco livros que abrange as quatro estações do ano mais uma (“Inverno”, “Primavera”, “Verão”, “Outono” e a “Quinta Estação”), todos protagonizados pela detective Malin Fros.
    Posso dizer que foi o primeiro policial (sueco ou não) que li onde a linguagem assume uma importância primordial. Em parte, esta narrativa é algo poética. Se, ao início me irritou (acho que por não estar habituada a superficialidades neste tipo de ficção), depressa comecei a gostar e a aceitá-lo como uma forma de entrar na cabeça de Malin Fros. Um livro extremamente bem escrito, com uma história sólida e cheia de suspense. Recomendo e tenciono ler o resto da série. A seu tempo. Gosto de adiar o prazer, além de que ainda tenho alguns livros na fila.

sangue-vermelho

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2 comentários

  1. Do Joel Dicker li também o “ultimo dia dos nossos pais”.
    É muito diferente do “caso harry quebert” mas também gostei muito e vives mesmo o dilema dos personagens principais num momento em que as escolhas não são de facto Preto ou Branco.

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