Isto até podia ser um diário da quarentena

Ainda no seguimento do desabafo anterior, hoje estive a dobrar os lençóis lavados e a arrumá-los, e não cabiam. Ainda fiquei parada em frente ao armário a pensar se teria comprado lençóis novos num qualquer acesso de sonambulismo, mas depois cheguei à conclusão que eu é que não sei dobrar os lençóis, ou arrumá-los. O Tiago achou um disparate muito grande a minha sugestão de, quando o tempo melhorasse, irmos os quatro para o meio da serra onde não haja pessoas e ficarmos lá duas horas a brincar às caminhadas enquanto a Lena vinha cá limpar a casa, com luvas e máscara. Mas e se tu soubesses que ela estava infectada, dir-lhe-ias para vir à mesma? Postas assim as coisas, é, de facto, um disparate, mas se me me prendessem e torturassem, eu aposto que ao fim de dois minutos e meio acabaria por confessar que continuo a achar uma boa ideia…

Adiante. A tele-escola começou. Eles agora não dizem tele-escola. Chamam-lhe “Estudo em Casa” para ser mais pomposo e moderno, não sei. Eu, que nem sou do tempo da tele-escola (lembro-me de ver apenas nos últimos anos, quando ainda não andava na escola), insisto em chamá-la pelo único nome que conheci e que me faz sentido. É como as pessoas que insistem em dizer Lourenço Marques ou que continuam a falar em contos de réis. Credo, estarei a ficar antiga?

Acho que há algo de muito louvável em professores, que nunca puseram um pé num estúdio de televisão, darem aulas para um país inteiro, ainda por cima sem tele-ponto. A sério, é de se lhes tirar o chapéu! Até se desculpa quando começam a aula a dizer “Amiguinhos”! Quanto aos conteúdos, achei o primeiro dia um pouco fraquinho. Isto de juntar dois anos numa só aula acaba sempre por fazer baixar o nível de exigência, mas as aulas de educação artística e física de hoje fizeram sucesso cá em casa, por isso há esperança.

De resto, achei que esta altura da quarentena era a ocasião perfeita para deixar de usar champô e passar a lavar o cabelo com sabonetes artesanais, sem químicos. Foi um grande alívio passar pela fase nojenta no método “No Poo” (em que o couro cabeludo retoma a produção normal do seu óleo natural, deixando o cabelo super oleoso numa fase inicial) e não poder sair de casa. Tem de haver algum ponto positivo nisto tudo! 

Continue Reading

O teste do algodão e uma receita [experiências]

Ando a fazer algumas experiências para o meu mês de cosméticos homemade e já pude constatar o seguinte:

  1. O óleo de coco é o substituto natural perfeito para o desmaquilhante ou leite de limpeza. Usei, excepcionalmente, um disco de algodão (já só uso estes discos de flanela) para usar o branco do algodão como prova irrefutável da sua eficácia como produto de limpeza da pele e… voilá. A imagem fala por si: há claramente uma mancha mais escura após a limpeza da pele num dia normal, sem maquilhagem.Inconvenientes de usar óleo de coco para limpar a pele todas as noites: de inverno, o óleo de coco solidifica e é necessário derretê-lo previamente. Tenho posto uma tigela com uma noz de óleo de coco em cima do aquecedor no quarto das miúdas e ao fim de 2 minutos está líquido, mas convenhamos: não é a solução mais prática do mundo seis meses por ano…
  2. A receita deste livro de gel de banho é óptima. Além de ser super fácil e rápido de fazer, dá ainda para usar como sabonete líquido para as mãos. Lava, produz alguma espuma (os produtos de banho naturais não produzem tanta espuma como os de compra) e tem um cheiro agradável a sabão.
    Aspectos a melhorar:
    A) para gel de banho, ficou demasiado líquido. Talvez se, da próxima vez, usar sabão de marselha sólido em vez de líquido consiga obter uma consistência mais espessa.
    B) Deixa a pele ligeiramente com a sensação de pele repuxada. Não gosto. Quando voltei a ler a receita percebi porquê: não tem nenhum óleo ou hidratante natural, como óleo de amêndoas doces, de argão, mel ou azeite. Para a próxima vou experimentar com um destes.

    Receita de gel de banho natural
    350 ml de água + gel de aloe vera + hidrolato 
    120 ml de sabão de marselha líquido
    1 colher de chá de óleo essencial (eu usei de rosa)
    Misturar tudo num frasco de vidro e agitar bem (convém agitar sempre antes do uso, porque o sabão tem tendência para subir)

  3. A receita de shampô do mesmo livro revelou ser um autêntico desastre. Este livro sugere lavar o cabelo apenas com bicabornato de sódio ou vinagre de cidra e, bom, ainda não estou preparada para dar este passo. Nem sei se alguma vez estarei, com a quantidade de vezes que tenho de lavar o cabelo por semana por causa das idas ao ginásio. Mas tudo a seu tempo. Como alternativa a estas soluções, o livro propõe uma receita de shampô com base em leite de coco. Reza assim: leite de coco, sabão de marselha líquido, óleo de jojoba, óleo de abacate, óleo essencial de rosmaninho e óleo essencial de hortelã-menta. Misturar tudo. A razão porque não vos dou as quantidades é porque não devem experimentar esta receita nunca! A não ser que queiram passar dois dias com o cabelo como se tivesse sido lambido por uma vaca. Nesse caso, contactem-me!
  4. Fazer um esfoliante natural é muito fácil, basta juntar açúcar ou sal grosso e umas colheres de um óleo à escolha. Mas o açúcar (branco, amarelo ou mascavado) é uma opção muito mais agradável do que o sal, que se assemelha a uma verdadeira lixa e é completamente desaconselhado para esfoliar o rosto. Conselho de quem já experimentou os dois.

    Por enquanto é só isto. E vocês, que conselhos de beleza natural me podem dar?

Continue Reading