Coisas do fígado

Há uns meses, andava com uma dor de costas e fui fazer uma massagem. A massagista, que por sinal também fazia acupuntura e me avaliou a condição física à luz da medicina chinesa, disse-me que andava a guardar muita coisa no fígado e mandou-me fazer manualidades. Parece que o fígado precisa de momentos criativos quando anda mal dos humores.

Não lhe liguei muito (nem à acupunturista nem ao fígado), mas quis o destino que os assuntos hepáticos viessem várias vezes à baila nos tempos que se seguiram.

Hoje, ao levantar-me da cama depois de uma noite muito mal dormida, pus-me zangada com o mundo e assim me deixei ficar até a tarde já ir bem entrada. Lembrando-me do que a acupunturista me tinha dito, que a raiva se acumula no fígado e que, para a contrabalançar, temos de dar asas à criatividade, fui, mais por desespero de causa do que outra coisa, buscar um projeto faça-você-mesmo por terminar e dediquei-me à sua finalização. Ouvi um podcast inteiro enquanto acabava de fazer upcycling ao candeeiro do nosso quarto e, depois de o pendurar e concluir que até ficou giro, fui para a cozinha fazer o jantar. Tinha comprado, ao preço do ouro, uns lombos de salmão e fi-los como sempre os faço, que é em papelotes, com alho francês, cebola e tomate. Enquanto coziam, fiz esparregado e improvisei uma sopa de couve-flor, mas sem ser em creme, que as miúdas não gostam de sopa passada (mas também não gostam de couve-flor, como bem me recordaram depois). Pus a mesa lá fora, fui buscar os pratos da Bordalo e até os talheres do peixe, como as pessoas chiques.

Quando nos sentámos à mesa, percebi que tinha recuperado a boa disposição. Não sei se foi das manualidades, se foi porque o jantar até nem estava mau e a sopa foi elogiada pelo outro adulto, o certo é que tanto eu como o meu fígado ficámos mais apaziguados.

Esta noite havemos de dormir bem.

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Uma semana em imagens VIII

1 – Final de tarde de sexta-feira.

2 – Ida à pizaria; de casaco e mantinha nas pernas, a vontade de sair era tanta que ninguém se queixou do frio.

3 – O gato dos avós.

4 a 6 – Passeio em Almada.

7 – Uma chávena quebrada e colada não serve para beber café, mas serve para germinar agrião.

8 – Um miminho: flores que secam e duram o ano todo.

9 – Um aniversário.

 

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Uma semana em imagens VII

  1. Regressámos às rotinas dos trabalhos de casa depois da escola.
  2. Lembrete para aproveitarmos a vida e as pessoas que nos rodeiam (do livro que acabei esta semana: The Year of Magical Thinking, da Joan Didion).
  3. Foi também semana de regresso às esplanadas à hora de almoço (com máscara e sem companhia, mas sabe bem à mesma).
  4. O dia em que quase adotei um pato-bravo (salvei-o de ficar debaixo da roda de um carro e encontrei-lhe um dono).
  5. O livro que estou a ler agora.
  6. Crepes da Páscoa.
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Uma semana em imagens VI

  1. Aos poucos, começo a poder voltar a uma alimentação normal.
  2. O meu canteiro a florescer.
  3. Aqui vai ser a minha futura minihorta (de alfaces e coisas rasteirinhas, mas é melhor do que nada).
  4. Plantei tomate-cherry em dois canteiros que não estavam a ser usados. Não apanham muito Sol direto, por isso vão servir como experiência.
  5. Tardes de jogatana.
  6. Operação de resgaste do hibisco.
  7. Tardes de jardinagem (as saudades que eu já tinha dos joelhos esfolados e das picadas de formigas).
  8. A selva de hortelã antes de lhe ter dado um bom desbaste (que desidratei para usar em chá ou na comida).
  9. A minha leitura atual, em boa companhia.
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Uma semana em imagens V

  1. A sementeira que iniciámos na semana passada está a correr bem.
  2. Resultado de um passeio na serra.
  3. Surpresas Polaroid à minha espera na máquina de costura.
  4. A Inês anda fascinada com os jacarandás por causa do Rapaz de Bronze que está a ler a Português.
  5. Vinhos que merecem que nos lembremos deles.
  6. Última semana para desfrutar da minha companhia no escritório (que está a precisar de melhorar a postura).
  7. Chegou, finalmente, a Joan Didion (e mais outros que já perdiam esperança na minha lista de desejos e cuja tradução para português tardará a chegar, se alguma vez…).
  8. Parvoíces em cima do calhambeque da mãe.
  9. Flores novas no meu jardim.
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