Sala de espera

Não sei explicar a necessidade que tenho de confirmar, uma e outra vez, o número da senha que tirei no posto de admissão e de o comparar com os números que o ecrã da sala de espera vai debitando. O meu nunca mais chega e começo a pensar que o deixei passar. Assola-me uma insegurança enorme sempre que me encontro numa sala de espera. Pergunto-me se mais alguém será assim, incapaz de memorizar um número de dois dígitos, quando memorizo tantas datas inúteis ou atalhos do computador. Conheço quem nem precise de imprimir a senha, bastando-lhe olhar para o número uma vez e registá-lo na memória. Eu não. Se o fizesse, sentir-me-ia mais perdida do que um caracol num mar de cimento.

Posts relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *