A magia do Natal

Vomitei durante a noite. Foi a segunda noite consecutiva que vomitei o jantar. Calhou comer sempre bacalhau e eu, como não é prato que aprecie muito, decidi que passei a ser alérgica, mas o homem diz que isto é dos nervos.

De manhã, de estômago esvaziado, acordei com fome e lembrei-me de fazer fatias douradas. Entre hoje e a última vez que as comi passaram-se duas décadas. Resolvi, assim, iniciar uma nova tradição: a das fatias douradas na manhã do dia de Natal. Eu achei que ficaram muito boas, as de broa então… Mas entre as miúdas as opiniões dividiram-se. Para o ano, tento de novo.

O Natal passou-se e já passou. Sempre pensei que me dispensaria uma das suas magias, como vemos nos filmes, mas a Olívia ainda não apareceu. Em vez disso, deu-me uns atoalhados rendados e pintados à mão para os quais não tenho espaço nos armários nem na vontade de os usar, uma coleção de pratos, travessas e tigelas da couve da Bordallo Pinheiro, para os quais tenho muita vontade de usar, mas me falta o espaço, e um livro e alguns cosméticos que nunca me lembraria de comprar para mim, mas que me parecem prometedores.

Acabarei o ano triste e enjoada, mas bem cheirosa.

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