Um texto sobre abraçar o desconhecido

Ontem saiu o texto que escrevi para a nova rubrica da Aptrad (Associação Portuguesa de Tradutores e Intérpretes). Intitula-se “De tradutora interna a freelancer – uma transição entre modos de vida”, vai ter uma segunda parte e é 100% autobiográfico.

Acho que não sei escrever de outra maneira. Talvez por isso tenha escrito tão pouco aqui ultimamente.

Quando propus este tema à direção da Aptrad fui muito bem recebida, mas não consegui dizer tudo o que me ia na alma num só texto. Daí ter decidido dividi-lo em dois. Demorei vários dias a editá-lo, a quatro mãos. Mas valeu a pena, as críticas de outros tradutores têm sido muito favoráveis.

Podem ir ao site da Aptrad lê-lo e conhecer melhor a associação e o programa de Mentoring. Para vos espicaçar a curiosidade, deixo-vos aqui um excerto:

(…) os primeiros meses não foram fáceis. Se, por um lado, me sentia aliviada e feliz com a minha decisão, contente por ser dona do meu tempo e tomar as rédeas da minha vida, por outro lado, dava por mim a contestar esta mesma decisão. Será que fiz bem? Será que vai resultar? Será que vou ser capaz? Em semanas de maior sufoco, quando os projectos recebidos não davam sequer para pagar a conta da luz, perguntava-me em desespero: “Mas o que foste tu fazer, a deitar assim fora um contrato sem termo pelo vão sonho da independência?” Era nestas alturas que era assombrada por tudo aquilo que tinha ouvido dizer sobre trabalhar por conta própria: “é instável”; “não tens ordenado fixo”, “o mês seguinte é sempre uma incógnita”, “não podes tirar férias”, “tens de trabalhar aos fins-de-semana para conseguires manter um ordenado decente” e outros cenários dantescos.

Créditos: http://iheartyou.pt/

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3 comentários

    1. Há ramos mais fáceis do que outros para se dar o salto. Há sempre a hipótese de mudar de vida e passar a fazer uma coisa completamente diferente da que se fazia, seguir uma paixão antiga, por exemplo. Sou toda a favor dessas mudanças quando não se está bem 😉

      1. Obrigada pela força. Eu gosto do meu trabalho, não gosto é dos dirigentes, chefias. Esta coisa de fazer projectos e acompanhar as obras é mesmo a minha cena, e se fosse trabalhar por conta própria dificilmente faria o mesmo…

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