Redundâncias

Deixámos as miúdas na avó e fomos jantar fora a Lisboa com um grupo de amigos. O restaurante era bom, mas a comida, pouca e o vinho, demasiado caro. Escolhi um ceviche de atum com manga e malagueta que estava uma coisa do outro mundo e fez sucesso na ala feminina. Já os homens gostaram mais do entrecôte, que não estava mau, mas era dispensável. Nunca vou entender a necessidade dos portugueses de pontuar sempre uma refeição com carne.

Depois do jantar, devíamos ter ido embora, mas aliciaram-nos a entrar na Pensão Amor, o que me valeu 3 Baileys que me foram trazendo sem que precisasse de os pedir e vários pensamentos inúteis sobre a vida. Diante de mim, do outro lado da sala, estava uma estante cheia de livros, com uns poucos destacados por lâmpadas tímidas. Entre eles, li os títulos Helga e Prazeres do Sexo, o que me pareceu redundante.

Redundante pareceu-me também a fauna que se saracoteava ao som da música de merda que deu até nos expulsarem da sala. Fecharam a porta logo atrás de nós, e no caminho até ao carro começaria a insinuar-se a inevitável dor de cabeça.

Posts relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *