Isto não é uma promessa

 

Não foi uma resolução de ano novo, mas no fim do ano passado voltei a escrever no meu diário. Acho que fiquei inspirada por ter lido mais um volume diarístico da Ivone Mendes da Silva. Depois disso, li o diário da Heidi Julavists, que é desconhecida por cá e cujo livro comprei num assomo impulsivo, porque gostei da capa e das críticas no Goodreads. Às vezes, gosto de me deixar surpreender assim e a verdade é que mais facilmente apanho banhadas com livros que me recomendam os amigos, do que quando me deixo levar por um instinto literário inexplicável. De modos que li a Julavists e descobri outra forma de escrever um diário que é não escrever sobre o dia em si, mas sobre lembranças a que algum acontecimento não mencionado desse dia conduziu. Ou seja, apesar de começar sempre os seus registo com «Hoje, eu…», ela raramente descreve os acontecimentos desse dia, mas sim coisas não relacionadas que aconteceram noutra altura ou sucessões de eventos que levaram a determinado desfecho. Gosto disso, permite algum distanciamento ao leitor. Porque aposto que ela reserva os pensamentos mais íntimos e a rotina familiar para diários caseiros que nunca serão publicados.

Fazendo um paralelo comigo, não há muita coisa que eu escrevo no meu diário que possa transpor para o blogue. Por outro lado, não escrevo nele tudo o que me passa pela cabeça durante o dia, todas as lembranças, todos os acontecimentos menores, planos mais mundanos ou coisas interessantes que leio.

Isto quase me dá vontade de voltar aqui de modo mais regular.

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