Coisas que aprendi com a quarentena

1. A casa está sempre suja; por muito que varra ou aspire, parece sempre que acabou de passar um tufão pela sala.

2. Há coisas que se sujam só porque sim; é assim como eu estar a engordar só por respirar.

3. Prometo nunca mais barafustar pela forma como a senhora da limpeza faz as camas ou arruma a casa. Adoro-a e está no topo das pessoas que quero ver em primeiro lugar quando isto tudo acabar. Também vou aumentá-la, porque há que dar valor a quem nos limpa a sanita.

4. Ter comprado um beliche para as miúdas foi uma péssima ideia; mudar os lençóis da cama superior é uma tarefa hercúlea e nunca fica bem feito (ver ponto 3).

5. Tenho de aprender a ser mais crítica: acreditar que ia conseguir ler imenso foi das maiores frustrações dos últimos 38 dias.

6. A forma como a nossa família se adaptou à nova situação era bastante previsível e pode resumir-se em características fundamentais das nossas personalidades: Alice – a caseira; Inês – a desapegada; Tiago – o pragmático; eu – a montanha-russa.

7. O Tiago implementou um esquema infalível anti-contaminação para ir às compras tão minucioso que, eu, em comparação, mais valia esfregar a cara na prateleira do papel higiénico.

8. Vou fazer 40 anos daqui a 3 semanas. Tinha um festão planeado, num sítio espectacular, com DJ e copos até de madrugada. E agora, muito provavelmente, vou ter de me contentar com um bolo de iogurte e um convívio no Houseparty. A bem dizer, ainda não aprendi nada com isto, mas espero já o ter feito quando chegar o dia.

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