Hierarquia das preocupações

Estava uma confusão de pessoas em pé no restaurante a que ontem fui almoçar. Sentei-me perto da porta, porque era a única mesa para gente sozinha, mas cedo me arrependi. Fui rodeada de pessoas que esperavam mesa ou a encomenda para levar e um ou outro que, não sabendo estar quieto, esperava numa roda viva, andando para trás e para a frente e perturbando-me a leitura. Ainda por cima, o dispensador de álcool gel estava mesmo atrás de minha mesa. Sou muito pouco social quando decido ir comer sozinha. Não só aí; sou, no geral, uma pessoa que gosta de e sabe estar sozinha. Não sei como é que, daqui a dez dias, me vou enfiar numa casa com mais cinco adultos e o dobro das crianças para umas férias no país do champanhe. Há várias coisas que me preocupam, entre elas, a ausência de sossego ou de tempo para mim, para ler tranquilamente ou ir dar um passeio a ouvir os meus podcasts. Também me preocupa a quantidade de croissants que vou ter à disposição todos os dias e as tentativas, nem sempre falhadas, do anfitrião em me manter permanentemente bêbeda. Esperam-me tempos conturbados. Isto, se conseguirmos sair do país e se ninguém se infectar até lá… Portanto, acho que a bebida e os hidratos de carbono são a mais pequena das minhas preocupações.

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