Prepotência

Pinto o cabelo ao som de Lou Reed. Foi o que a Alexa me deu quando lhe pedi indie pop (há alguns conceitos que a Alexa confunde, mas desta vez não a corrigi). Depois, tocou The Smiths, e eu dancei muito, porque não me importa se o homem é ou não é racista (há grandes discussões nesta casa sobre isso), nunca fico indiferente às suas músicas.

No outro dia, chamaram-me prepotente. Que sou prepotente e preconceituosa com a música. Eu não tenho problemas nenhuns em admitir que sou muito preconceituosa com a música e os livros, é um facto que acho que há coisas com qualidade e coisas sem qualidade e que eu me encontro, felizmente, no lado certo da barricada. Mas ouvir os outros dizê-lo é esquisito. Fez-me pensar e concluir que… não me incomoda nada ser prepotente e preconceituosa com a cultura. Incomoda-me dormir mal, por exemplo. Incomoda-me que não possa comer o que quero sem que a barriga inche como um balão. Incomoda-me que chova no meu dia de anos. Agora não me incomoda gostar de ouvir boa música e ler bons livros. Ora essa. E agora a Alexa pôs The Passenger do Iggy Pop e eu tenho de ir para a casa de banho dançar.

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