No novo ano, continuarei a ser eu

Na última caminhada do ano com as minhas filhas, tentei pô-las a reflectir sobre o ano que passou e os projectos para o ano que se aproxima. Foi uma tentativa falhada, diga-se de passagem, porque elas não conseguem alocar a maior parte dos acontecimentos às datas correctas e não entendem o conceito de “resolução de ano novo”. Quando tentei explicar-lhes que, por exemplo, este ano não tinha costurado muito e que, portanto, era uma coisa que queria fazer mais no ano que vem, a Alice, de 8 anos, olhou para mim como se eu fosse totó e disse: “Então se queres costurar, costura!” Pois. Duh. Deixei cair o assunto e voltei ao tema preferido das nossas caminhadas: como seria a nossa casa de sonho se tivéssemos todo o dinheiro do mundo para a mandar construir de raiz. Tem dado umas boas discussões.

Mas elas não percebem nada. Eu preciso de ter projectos. Por exemplo, em 2020, uma das minhas resoluções de ano novo foi participar em, pelo menos, dois concursos literários. E participei. Não ganhei nada, mas fiquei contente por me ter obrigado a sentar e escrever. Em ano de pandemia, aposto que não teria tido força de vontade para o fazer se não me tivesse proposto a tal no início do ano. Além de que gosto de ter datas e prazos para não me perder. Portanto, tenho alguns projectos pessoais na manga para 2022. Eles são:

  1. Fazer um mês inteiro de Yoga com a Adriene (nunca consegui ser consistente, acabo por desistir algures entre o dia 14 e 23).
  2. Fazer o Dry January (porque acho que ando mesmo a precisar de dar descanso ao fígado).
  3. Fazer 30 dias de alimentação Keto ou FODMAP, ainda não decidi (porque me dei muito bem com esta dieta o ano passado e porque, não digam a ninguém, mas há dois meses tive de ir comprar umas calças de modelo “Mum Fit” para desenrascar…).
  4. Voltar a costurar (e não só para coser bainhas ou remendos).
  5. Escrever um diário (aqui ou em papel, nem que seja uma linha por dia).

O que não quero fazer:

  1. Entrar num dos duzentos clubes de leitura que surgiram desde a pandemia, porque não gosto que me digam o que devo ler.
  2. Começar a enviar newsletters aos clientes (parece que estão na moda, mas assusta-me a ideia de ser apagada sem sequer me lerem, como acontece com algumas newsletters que subscrevo e que nem são assim tão interessantes).

Ainda assim, é bem provável que nada disto aconteça. Porque, como bem diz a ilustradora Gemma Correll:

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