Do País Basco ao Minho por cores – azul

Regressada da breve viagem pelo norte de Espanha, tinha à minha espera o livro Conscious Creativity da Philippa Stanton, cujo trabalho sigo há algum tempo. Fiquei fascinada com a secção sobre a cor e percebi, ao revisitar as fotografias que fui tirando ao longo destes dez dias, que a nossa viagem se pode agrupar por 2 ou 3 cores. Então, ao invés de fazer um relato aborrecido sobre o que vimos e fizemos (e adiar eternamente a redacção desse relato, porque a vida vai acontecendo e já me apetece falar sobre outras coisas), decidi fazer um relato cromático das nossas férias – saltando Bilbao de que já falei antes.

Não pensem que é preguiça. Chamemos-lhe antes um exercício criativo! Vou começar pelo azul.

Fotos não editadas, por ordem: San Juan de Gaztelugatxe, no País Basco, Praya del Barro, na Cantábria, Oviedo, nas Astúrias, Lugo, na Galiza, e o rio Minho, já na margem portuguesa.

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No País Basco

Nos primeiros quatro dias das nossas férias, fomos a um casamento luso-basco-macaense, bebemos Txakoli, o vinho típico desta zona, leve e seco, vimos um cão gigante feito de flores e passámos por baixo de uma aranha de dimensões armagedónicas, atravessámos uma ponte suspensa, fomos visitar Gatzelugatxe, o famoso Dragonstone do Game of Thrones, a quem não reconhecer das fotografias, onde fizemos uma valente caminhada sem levar ninguém ao colo, e ficámos a dormir num palácio rodeado de verde, onde a noite ainda é das corujas.

Os bascos são o povo com mais má vontade que conheço, fica a nota se visitarem a região: eles fazem-vos um favor ao servir-vos, não peçam nada extra se o puderem evitar e quando a cozinha fecha, fecha, e é uma sorte se não vos revirarem os olhos.

As miúdas estão a aguentar-se bastante bem, não fosse isto de viajar com amigos maior distração do que o Disney Junior.

A viagem segue para a Cantábria, onde nos esperam umas grutas do tempo do Paleolítico, antes de passarmos aos Picos da Europa.

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Férias

Não gosto muito de casamentos, confesso. Chateiam-me as roupas, os sapatos, o cabelo, a prenda, o protocolo, a cerimónia. Se pudesse escolher, iria só àquelas celebrações informais, em casa, na praia ou no civil, sem sessões fotográficas intermináveis nem menu de 5 pratos. Aquelas festas em que os próprios noivos se põem a arrumar a loiça no final da festa, uma das imagens que nunca esquecerei, compromisso para a vida, na saúde e na doença, no bom e no mau, no limpo e no sujo, estamos juntos nisto.

Ainda assim, este ano, as nossas férias começam com um casamento. Um daqueles resultados da globalização, ela basca, nome impronunciável, ele português a viver em Macau, cerimónia para os lados de Bilbao. Aproveitamos a deixa e planeamos uma road trip para o regresso. Para as miúdas, ir a Espanha ainda é como ir para um continente diferente. Desta vez prometo não lhes dar nenhum sermão quando se queixarem, pela enésima vez, que estão cansadas ou que não gostam da comida. Porque com a vossa idade, eu só ia para Quarteira. Sabem qual foi a primeira vez a que saí de Portugal, sabem? Prometo.

Comigo levo este livro que está a ser tão (expectavelmente) bom, que estou a tentar adiar o seu fim ao máximo, – e o alívio de ter abandonado o Facebook durante um mês. Alívio de não ser bombardeada com notícias tristes e catastróficas sobre o fim do mundo, a maldade humana, o aquecimento global. Claro que podia simplesmente resistir à tentação de abrir a aplicação, mas, sinceramente, acho que o mundo sobrevive um mês sem sessão iniciada.

Agora, férias.

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Depois da saia

Desde que entrei na Maria Modista de Almada para fazer a saia, não me apeteceu sair. De todas as casas onde já aprendi a costurar, esta e a Retrosaria são onde me sinto mesmo bem: ninguém goza com os meus erros, ninguém embirra comigo porque cosi o fechado do lado direito, não demoro dois meses a fazer uma saia (tudo coisas que já me aconteceram noutras aulas de costura…), conheço pessoas interessantes e inspiradoras e, nesta última, ainda tenho vista para o rio. Por isso, decidi manter as aulas semanais. Exige alguns esforços: monetário, de organização, gestão do tempo e do stress, mas as três horas que lá passo sabem-me lindamente e, além disso, são sempre super produtivas graças aos conselhos e experiência das professoras. Depois da saia, já:

  • Fiz um poncho para cada uma das minhas filhas;
  • Fiz uns calções de banho para o Tiago (que se queixava, justamente, que eu nunca fazia nada para ele);
  • Fiz um top para a Alice (que queria muito um top igual aos da irmã, mas nunca vi – ou nunca procurei com afinco – nenhum à venda para a idade dela);
  • Transformei uma t-shirt L (comprada online à C’Marie a pensar que era um M) num t-shirt à minha medida (sim, tive de desmanchar as mangas e as laterais, e coser na corte&cose, mas correu tudo bem);
  • Apertei um blusa que me ficava demasiado larga nos ombros (comprada em segunda mão a pensar que era um M pequeno…) – bastou abrir as costuras dos ombros e franzir com um elástico;
  • Estou a transformar uma túnica que já não servia à minha mãe num quimono maluco para mim, mas resultados só depois das férias.
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